ME CHAMARAM DE POETA
Me chamaram de poeta
como se eu não fosse poeta,
zombaram da minha poesia,
zombaram da minha alegria,
do meu sonho, minha flor,
meu carinho, meu amor,
meu sorriso, meu prazer.
Tentaram me subverter,
mas eu não fiquei bravo,
não aceitei ser escravo,
de palpites, de limites,
de pensamentos e ações.
Falaram de religiões
tentando me dissuadir,
tentaram assim me enganar,
fizeram a minha caveira,
falaram tanta besteira
que eu quase acreditei.
Um dia, porém, eu parei,
e para o céu eu olhei,
vi uma nuvem pequena
que deslisava no céu
e parecia um véu,
um sonho, uma criança.
Me chamaram de poeta
apenas por zombaria,
eu mostrei minha poesia
numa folha de papel,
eu mostrei minha escrita,
eu falei da minha arte
que já está em toda parte,
que já está além dos mares
e é lida por milhares.
Declamei minha poesia
enquanto alguém sorria,
enquanto alguém zombava,
enquanto alguém sofria,
enquanto alguém chorava.
Me chamaram de poeta,
mas nem eu acreditava.
Cícero Alvernaz (autor) 26-01-2019.

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