ANDANDO POR AÍ
Andando por aí sem rumo,
sem carinho, sem estrada,
sem companhia, sem nada,
sem olhar e sem ver,
sem ter e sem querer,
sem pensar e sem viver.
Andando por aí sozinho,
sem olhar o céu,
sem provar do mel,
sem ver a luz do sol,
sem sentir os espinhos que me ferem,
sem perceber o som do dia,
sem os versos da minha poesia,
sem o riso da sua boca,
sem o carinho dos seus braços,
sem o calor dos seus abraços,
andando por aí a esmo,
sem saber se era eu mesmo
ou se era algum fantasma
por aí se esgueirando,
fiquei longo tempo andando,
fiquei sozinho falando,
mas não lembro o que eu falei,
só sei que muito andei,
tanta coisa encontrei,
depois, sem amor, sem carinho,
voltei para casa sozinho
e esses versos rabisquei.
Cícero Alvernaz (autor) 12-07-2018.

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