MENINO
Os antigos já diziam:
"criança não é gente!".
Isto era um elogio,
pois a gente era gente,
só não era gente grande.


Menino pula da escada,
pula cerca, desce a estrada,
pula córrego, pula muro,
sobe em tudo, tagarela,
fala alto, fica mudo.
Corre léguas pelo mato,
diz o pai muito nervoso:
"Se eu te pego eu te bato".

Menino some no mundo,
pula n'água, o rio é fundo,
quase afoga, mas se salva,
vai pra casa, depois sai,
voa alto, cria asa,
pega fruta no quintal,
faz um cavalo de pau,
diz que vai para o Nordeste,
esse menino, cabra da peste!

Esse menino, corpo franzino,
se eu contar ninguém acredita,
come mato, chupa pedra,
toma leite de cabrita.

Cícero Alvernaz (autor) 20-04-2018.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL