SOU UM VELHO
Sou um velho,
só não sou caduco,
pelo menos por enquanto.
Sou um velho
que ainda não é tão velho,
que não fica horas sentado na sala,
que ainda não usa bengala,
que ainda consegue ver o número do ônibus,
que se arrisca a amar de vez em quando,
que participa de conversas
e até se arrisca a opinar
sobre diversos assuntos,
que ainda faz algumas viagens curtas,
que admira o por do sol,
que levanta bem cedo,
que sai por aí sem medo,
que não fica só sentado,
que de vez em quando fica apaixonado
e chora quando o seu amor vai embora
e depois escreve uns versos chorosos
enquanto as lágrimas banham seu rosto
com tristeza e desgosto.
Sou um velho,
só não sou caduco
e não sou maluco
a ponto de rasgar dinheiro.
Sou um velho,
entro na fila prioritária,
mas nem sempre
sou atendido primeiro.
Sou um velho,
só não sou caduco,
pelo menos por enquanto.
Sou um velho
que ainda não é tão velho,
que não fica horas sentado na sala,
que ainda não usa bengala,
que ainda consegue ver o número do ônibus,
que se arrisca a amar de vez em quando,
que participa de conversas
e até se arrisca a opinar
sobre diversos assuntos,
que ainda faz algumas viagens curtas,
que admira o por do sol,
que levanta bem cedo,
que sai por aí sem medo,
que não fica só sentado,
que de vez em quando fica apaixonado
e chora quando o seu amor vai embora
e depois escreve uns versos chorosos
enquanto as lágrimas banham seu rosto
com tristeza e desgosto.
Sou um velho,
só não sou caduco
e não sou maluco
a ponto de rasgar dinheiro.
Sou um velho,
entro na fila prioritária,
mas nem sempre
sou atendido primeiro.
Cícero Alvernaz (autor) 11-11-2017.
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