BRANCA
Branca não era o seu nome, mas assim ela era conhecida. 
Se fosse "Preta" muitos poderiam entender como racismo
neste tempo de tanto vitimismo. Mas ela era "Branca",
embora não fosse tão branca a ponto de justificar o apelido. 
Para os íntimos ficou assim: cada vez mais Branca. 
Dizem que branca é a cor da paz, vermelha da guerra,
que para muitos também é a cor do amor.
Mas Branca passava, passeava, mais que isto: desfilava, 
sorria com o seu sorriso branco, 
mas às vezes também chorava.
Certo poeta ao vê-la fez um poema que não falava da sua cor, 
mas do amor que ela espalhava enquanto caminhava
com a sua insuperável beleza que não tem cor.

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