RIMAS
Densa, ofensa, malquerença.
noite intensa, desavença,
fala e pensa, pensa e fala,
vem, se instala nesta sala,
traz a cuia e a mala,
traz até o que não tem,
traz o mal e traz o bem,
só não traz nenhum vintém,
pois já disse que não tem,
não planeja, nem deseja,
não se aperta, desconcerta,
dá pra ver que é gente esperta,
já fiz esta descoberta.
Vai ficando, se instalando,
de repente: um parente,
come e bebe com a gente,
não tem cama, não reclama,
sem ação dorme no chão,
vive quase na miséria,
gente pobre, gente séria,
diz que veio passar féria,
mas eu sei que não é nada,
trouxe a foice, a enxada,
este mundo é de amargar!
Minha vó assim falava
quando a coisa apertava
e agora minha rima
do final se aproxima:
densa, ofensa, malquerença,
vou pedir sua presença
para o verso terminar.
Se você leu o poema
José de Alencar, Iracema,
você merece o céu,
pois você leu um romance
que tem um longo alcance:
"A virgem dos lábios de mel".
Cícero Alvernaz (autor)
16-06-2017.

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