O amor se apresentou para mim e vi o seu rosto cheio de aflição e de desgosto, mas também vi a serenidade que pairava de seu olhar. O amor se apresentou tristonho, eu o vi como se fosse em sonho, mas era a mais pura realidade. Vi o seu jeito, sua forma, vi a nuvem de tristeza que pairava, quis perguntar alguma coisa, insinuar, mas me calei. O amor se apresentou triste, arredio, talvez com frio, certamente ensimesmado, se apresentou calado apenas olhando de lado, sem me fitar, sem me olhar. Quis perguntar, indagar o motivo de sua tristeza, mas me contive aguardando que ele falasse algo. Mas ele se foi como se apresentou, como chegou. O amor se foi, mas deixou a poesia, deixou a tristeza do dia e a serenidade das estrelas. Deixou o seu canto banhado de pranto enquanto eu cismava e discretamente chorava. Por fim, fiquei só, a pensar no amor.

Cícero Alvernaz (autor), 11-07-2014.

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