AS DUAS FACES DO PERDÃO

Dizem que perdão foi feito para pedir. Revirando os “guardados” da minha mente fiquei pensando e me perguntando: o que é mais difícil, pedir perdão ou perdoar? A dúvida persiste em machucar a minha mente nesta tarde quente de setembro... Muita gente diz: eu perdôo, mas não esqueço. Isto não é perdão! O que não for completo, definitivo não merece esse nome sagrado. Afinal, este assunto não aceita meio termo. Que dúvida, que labirinto de idéias, indecisões, lutas e reflexões!

Jesus, o Mestre por excelência, certa vez ensinou que devemos perdoar até setenta vezes sete. (Mateus l8 vers. 15 a 22). Isto dá quase 500 vezes! É preciso ser muito especial, eu diria genial para conseguir tal proeza. Mas é perdoando que se é perdoado... E de novo ficamos sem entender, pois muitos querem ser perdoados, mas não querem perdoar. O que fazer? Talvez seja melhor esquecer (como se isto fosse possível) e pensar em outra coisa, digamos, mais amena.

A pergunta insiste em martelar a nossa mente: o que é mais difícil, pedir perdão ou perdoar? Muitos certamente dirão que pedir perdão é menos difícil. Será? Talvez seja menos difícil perdoar, pois quem pede perdão, tem que humilhar, se rebaixar e reconhecer o erro. Quem perdoa faz um gesto que muitos podem considerar digno e relevante, ao passo que quem pede perdão pode ser tomado por indigno, pessoa descaracterizada e anti-social. Seja como for, ambas as posições são dignas e extremamente difíceis de serem praticadas.

Enquanto seres humanos, certamente muitas vezes fomos perdoados. Se não o fomos pelos homens, com certeza o fomos por Deus, o nosso Criador e Pai. Negar perdão a alguém, por maior que tenha sido a falta, é negar a nossa filiação, a nossa origem. Jesus certa vez orou: Pai perdoa as nossas dívidas (nossos erros) assim como nós perdoamos aos nossos devedores... Reflita sobre isto.

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