PELA PRIMEIRA VEZ
Pela primeira vez na vida pensei em não fazer mais poesia. Imaginei que ela já está feita e não precisa ser feita, dita nem escrita. Calculei as horas sofridas e perdidas rabiscando aqui e ali, corrigindo, mudando, sorrindo, chorando e depois editando. Cheguei á conclusão que não vale a pena, mas fui convencido que escrever não é apenas uma atividade, um trabalho comum, uma apresentação ou uma representação trivial e usual. É, sobretudo, um dever, uma exigência ou uma incumbência. É preciso materializar a poesia, por mais que isto soe incoerente. É preciso expor e se expor seja onde for. E se eu não o fizer ninguém o fará no meu lugar. Se ninguém vê e ninguém lê não cabe a mim julgar, discordar ou reclamar. A vida também é assim: às vezes parece algo tão simples, mas todos concordamos que é bom viver. Poesia é vida e vida é poesia. São essências, equivalências, desejos, frutos e sonhos que cultivamos e colhemos todos os dias. (09-05-2017)

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