LENÇO DE PAPEL Veja bem ao seu redor, Estou bem perto de ti. Não sei por que não me vês, Não sabes, não queres talvez, Mas creia, estou aqui. Saiba que estou bem pertinho Implorando teu carinho Qual criança a chorar. Eu te vejo esquecida A passar despercebida Sem me ver, sem me olhar. Vejo você tão feliz, Eu, porém sou infeliz, E imploro teu amor. Vejo passar tanta gente Que se vai tão de repente, Fico só com minha dor. Eu queria tanto, tanto, Que enxugasses o meu pranto Com seu lenço de papel. E depois, então sozinhos, Ficaríamos juntinhos Nos amando sob o céu. Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras)

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