LENÇO DE PAPEL
Veja bem ao seu redor,
Estou bem perto de ti.
Não sei por que não me vês,
Não sabes, não queres talvez,
Mas creia, estou aqui.
Saiba que estou bem pertinho
Implorando teu carinho
Qual criança a chorar.
Eu te vejo esquecida
A passar despercebida
Sem me ver, sem me olhar.
Vejo você tão feliz,
Eu, porém sou infeliz,
E imploro teu amor.
Vejo passar tanta gente
Que se vai tão de repente,
Fico só com minha dor.
Eu queria tanto, tanto,
Que enxugasses o meu pranto
Com seu lenço de papel.
E depois, então sozinhos,
Ficaríamos juntinhos
Nos amando sob o céu.
Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras)
POEMA DA LAVADEIRA
Lava, lava, lavadeira, Com a alma, com a mão. Água canta na torneira Sua líquida canção. Lava, lava, lavadeira, Sem descanso, sem razão. Sua história verdadeira Escreve-se com sabão. Água canta na torneira Sua líquida canção, Lava, lava, lavadeira, Com a alma, com a mão. A manhã é transparente, Brilha o sol com seu calor. Tanto sonho de repente Misturado com suor. Lava, lava, lavadeira, Sua roupa-ganha-pão, Você tem a vida inteira, Pra cumprir sua missão.
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