O SONO DO AMIGO

Depois de correr e brincar no longe do quintal gozando a liberdade que o espaço lhe oferece, ei-lo dormindo. É difícil acreditar, ao vê-lo dormindo, que ele é o mesmo ser ágil, doce e às vezes atrapalhado que há pouco corria e pulava pelo quintal. Com a calma de seu sono vem a tranqüilidade, o silêncio, e a paz impregna toda a casa.
A tarde se arrasta quente, lenta e indiferente. Apenas o vento de vez em quando altera um pouco o ambiente soprando nas portas e cortinas com seu movimento tão peculiar. No entanto, nada é suficiente para acordá-lo: ele está dormindo... Talvez sonhe com algo que não sei imaginar, e no seu sonho viaje por mundos mágicos e coloridos. Não sei. Às vezes ele se mexe, estica, se vira e chego até a pensar que ele vai acordar, mas ele dorme de novo.
Puxa! Quanto sono! Quando será que ele vai acordar? O mundo do sono, a magia do sonho... tudo tão natural, tão obvio e ao mesmo tempo tão complicado! Não quero polemizar sobre um assunto tão gostoso e relaxante.
Ele está dormindo. Deve estar muito cansado depois de toda correria e assanhamento. Vejo-o tão inocente, tão indefeso, solto, totalmente a vontade, alheio à minha curiosidade e encantamento. É tão lindo vê-lo assim! A calma se faz sentir em tudo; o próprio vento é mais suave e ameno. Tudo parece colaborar para que ele durma a contento e descanse.
Psiu! Eu acho que ele vai acordar agora. Seus olhos estão se abrindo... Mas ele prefere dormir. Antes que ele acorde e talvez se assuste comigo ao ver-me tão curioso e encantado, devo dizer que ele (que ainda está dormindo) é simplesmente um grande amigo, alguém que admiro muito: meu gatinho angorá.


Cícero Alvernaz (autor), 26-05-2014.

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